As cidades e seus sujeitos são historicamente construídos, suas memórias são fraturadas e a depender das condições de possibilidades visibilizam e silenciam discursos. Nesse sentido, tomamos a cidade não como um espaço neutro, esvaziado de memória, ou ainda um cálculo urbanístico, mas sim como espaço interativo e comunicativo. A partir desta perspectiva, iremos analisar os murais-grafite produzidos pelo grafiteiro Adriano Dk e o artista visual Anderson Santos a noção de “odivelismo” proposta por ele, um estudo voltado aos valores sociais e culturais da cidade de São Caetano de Odivelas no estado do Pará. Nosso objetivo é compreender como suas obras traduzem o espaço urbano, interagem com os moradores da cidade e deixam ver a diversidade étnica de seus moradores. Para tanto, o trabalho de campo com base em tonalidades etnográficas, envolve entrevistas semiestruturadas com atores sociais da cidade, mas se pauta, sobretudo, nas experiências vividas na cidade em companhia do artista. Nosso referencial teórico-metodológico se fundamenta na formulação de cidade comunicativa, proposta por Lucrécia Ferrara (2015) e Canevacci (2004), nos estudos de Foucault (1999) sobre saberes sujeitados e na definição de “Mural-grafite” de Armando Silva (2014).
Palavras-Chave: EtniCidade. Cidade Comunicativa. Odivelismo. Murais-Grafites. Interação.