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SÉRIE: SOBRE O CONTEMPORÂNEO NA PAN-AMAZÔNIA E SUAS DIFERENTES TEMPORALIDADES

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Skyline de Belém – Amazônia brasileira  Fonte: grupogedaiufpa.blogspot.com

A formulação de um cenário pan-amazônico como palco de produção de redes de memórias requer, antes de tudo, demarcar de que espaços amazônicos estamos falando. Afinal, trata-se de uma região para além das fronteiras brasileiras, composta por oito países localizados ao norte da América do Sul, por onde se espraia a gigantesca floresta amazônica. É preciso compreender o universo pan-amazônico com um gesto de leitura amplamente plural e procurar  mostrar como ele se constitui com lugares de enunciação diferenciados, sem uma unidade discursiva. 

Letícia – Porta de entrada da Amazônia colombiana https://www.cityexpress.com/blog/leticia-la-puerta-a-la-amazonia-colombiana

O ano de 2019, com a posse de Jair Bolsonaro na Presidência do Brasil, a ameaça à floresta e aos povos tradicionais se intensificou e já no primeiro quadrimestre de seu governo o avanço do desmatamento é bastante assustador. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no período de 1º a 15 de maio de 2019, foram desmatados 6,84 mil hectares em unidades de Conservações Federais. Nestes 15 dias, o número já está bem próximo dos 9,31 mil hectares, derrubados de agosto de 2018 a abril de 2019. O GEDAI realiza pesquisas com sociedades amazônicas e não podemos ficar insensíveis ao momento político tão delicado que estamos vivendo.

Imagem de área desmatada na Amazônia, em setembro de 2017.  AFP

Desde 2011, quando o GEDAI foi fundado, estabelecemos parcerias com pesquisadores preocupados com este eterno processo de colonização a que a região parece estar submetida. A partir de agora, vamos realizar uma série de postagens neste blog que tratem de perto dos aspectos do contemporâneo pan-amazônico. E já de saída, queremos deixar claro que não entendemos o contemporâneo como uma temporalidade singular, amarrada pela cronologia ocidental. Vamos falar das questões históricas que constituem as emergências do presente, ligadas ao Estado Brasileiro, mas não vamos desconsiderar as temporalidades que se inscrevem a partir das cosmologias dos povos tradicionais da Pan-Amazônia.

Os Tembé-Tenetehara e a Conquista da Amazônia
Fonte: grupogedaiufpa.blogspot


Nas três primeiras postagens dessa série, vamos apresentar uma carta aberta de repúdio à visita de Jair Bolsonaro a Santiago do Chile, feita pela pesquisadora chilena Ana Pizarro, com quem estabelecemos uma parceria de pesquisa sobre literatura indígena. Nesta postagem também fazemos uma apresentação do documentário “O Areal” (2008), dirigido por Sebastián Sepúlveda, que faz parte do livro “Amazônia: Vozes do Rio” de Ana Pizarro.
Na segunda postagem, vamos tratar especialmente do ativismo político da mulheres indígenas no Brasil de hoje. Como as mulheres indígenas assumem um protagonismo no movimento indígena em 2019.
Na terceira postagem, vamos nos voltar para as universidades da Amazônia brasileira. Quantas universidades públicas existem na região? De que forma dialogam com a pluralidade cultural da região? Como acontece a presença indígena nestas universidades? 

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