Pular para o conteúdo
Início » Desfes de TCC – Ana Carla Leite Veloso – UNIFESSPA

Desfes de TCC – Ana Carla Leite Veloso – UNIFESSPA

No dia 19 de janeiro de 2023, no Auditório Central do Campus III da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), a estudante formanda do curso de Educação do Campo – Letras e Linguagens e caloura do mestrado em Letras no PPGL/UFPA, Ana Carla Leite Veloso, orientada pela professora Dra. Flávia Marinho Lisbôa, defendeu o TCC intitulado: PRÁTICA SOCIAL E PRODUÇÃO ESCRITA: UM OLHAR SOBRE O PPJ NA CASA FAMILIAR RURAL DOROTHY STANG, EM ANAPU – PA.
A referida pesquisa mobiliza conceitos cunhados nas pesquisas do Gedai, através de uma reflexão sobre as relações de poder envolvidas na escrita do Projeto Profissional de Vida do Jovem, trabalho em que os estudantes do 3º ano devem escrever e apresentar ao final do curso de Ensino Médio Integrado ao Técnico em Agropecuária. A experiência de construção do PPJ evidencia as relações de poder na/pela língua. Antes de começar a escrever, ou ao fazer isso, o estudante aciona em sua subjetividade sentimentos como medo, ansiedade, nervosismo. Isso se deve por causa do funcionamento hierárquico de poder que inferioriza os sujeitos e se manifesta também na língua. Se por um lado é exigido essa competência dos estudantes, a escrita na norma padrão do português, por outro lado, a precarização do ensino permite que a circulação por essa variedade da língua seja um processo doloroso.
Nas análises fica evidente que esse processo de subjetivação é resultado da “colonialidade linguística” que incide fortemente sobre os sujeitos do campo, que, com frequência, tem seu falar e escrever desqualificado e classificado como “errado”, fazendo com que eles próprios internalizem essas opressões. Nesse sentido, foi mobilizado o conceito de “racismo linguístico” para compreender que o falar e escrever dos povos do campo também é fruto da organização social traçada pelo “dispositivo colonial”.

Sobre “colonialidade linguística” e “racismo linguístico” – ver:
LISBÔA, F. M. Racismo linguístico e os indígenas gavião na universidade: língua como linha de força do dispositivo colonial. Salvador: Edufba, 2022. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38291 . Acesso em: 22 jan 2024.

Sobre “dispositivo colonial” – ver:
LISBÔA, Flávia Marinho; NEVES, Ivânia dos Santos. Sobre alunos indígenas na universidade: dispositivos e produção de subjetividades. Educ. Soc., Campinas, v.40, e0219239, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/FQQTxZ4FNgMCtXS9TTSmxZk/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 22 jan 2024
LISBÔA, F. M. Racismo linguístico e os indígenas gavião na universidade: língua como linha de força do dispositivo colonial. Salvador: Edufba, 2023. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38291 . Acesso em: 22 jan 2024
LISBÔA, F. M. O dispositivo colonial: entre a arqueogenealogia de Michel Foucault e os estudos decoloniais. Revista Moara, Belém, v. 2, n. 57, p. 33-51, jan./jul. 2021a. Disponível em: https://periodicos.ufpa.br/index.php/moara/article/view/8868. Acesso em: 31 jun. 2021.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress