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Língua Timbira no Pará

Entre o Rio Tocantins e palavras em Timbira

A língua Timbira faz parte da família linguística

e pertence ao tronco linguístico Macro-jê.

Atualmente, a língua é falada pelo povos Gavião, localizada na Terra Indígena Mãe Maria.

Cidade paraense: Bom Jesus do Tocantins

Variantes Timbira

Na Terra Indígena Mãe Maria (localizada no município de Bom Jesus do Tocantins), os três grupos Gavião, Akrãtikatêjê, Kyikatêjê e Parkatêjê, falam variantes timbira. Esta pertence ao tronco linguístico Macro-Jê, da família linguística Jê. Essas variedades linguísticas do timbira também são compostas pelas variantes faladas pelos Canela do Maranhão e os Krahô do Tocantins.

Os falantes fluentes na TI Mãe Maria são os mais velhos, como o Nãkôti do grupo Parkatêjê, que expressa, na língua tradicional, sua preocupação com os mais jovens para aprenderem a língua.

É essa preocupação que tem levado os Kyikatêjê a inserir a língua tradicional nas atividades da maior festa gavião, a Festa da Safra da Castanha, que reúne não apenas os grupos gavião, mas também indígenas de outros estados.  Nessa festa, os mais velhos do grupo monitoraram e desempenho linguístico dos mais novos nas músicas que cantam e nos gritos que entoam na língua, entrelaçando as brincadeiras (corrida de tora, arco e flecha, corrida da varinha, futebol…).

Os Akrãtikatêjê, da mesma forma, buscam estratégias para que os não fluentes na língua timbira reascendam esse vínculo linguístico, especialmente por meio da compreensão de que o silenciamento imposto pelo “governo da língua” é responsável por um dia terem tido vergonha da língua ancestral na relação diglóssica com a língua portuguesa.

Essas estratégias são saídas profícuas para intensificar a circulação da língua tradicional nas práticas sociais, fomentando o uso da língua entre os mais jovens, logo, resultando no fortalecimento linguístico timbira.

As crianças Akrãtikatêjê, Kyikatêjê e Parkatêje materializam a resistência dessa língua, resultante do amadurecimento desse enfoque na Educação Escolar Indígena nas suas aldeias, nos rituais, danças, festas, nos nomes dados aos filhos que trazem características dos ancestrais, entre outras formas de uso da língua vinculadas à organização social desses grupos.

Entender que a língua e a cosmologia do povo estão imbricadas é uma compreensão que os gavião possuem e, por isso, buscam investir no fortalecimento linguístico por vias que entrelaçam as práticas do povo e o uso da língua.

Fonte: LISBÔA, Flávia. Racismo linguístico e os indígenas gavião na universidade: língua como linha de força do dispositivo colonial. Edufba: Salvador, 2022.

Crianças Akrãtikatejê – 2021 – Gravado especialmente para esse projeto – Imagens: Flávia Lisboa
Nãkôti Parkatêjê – 2021 – Gravado especialmente para este projeto – Imagens: Flávia Lisboa

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