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Livro O Céu dos Índios Tembé

Seu Lourival Tembé - Hoje, um dos principais mestres da cosmologia Tembé
Chico Rico - antes de morrer, se tornou um grande mestre da cosmologia Tembé e contribuiu para a realização do livro

    De autoria de Ivânia Neves e Lázaro Magalhães, este livro, cujo objetivo principal consistia em mostrar de fomar didática o conehcimento produzido pelos povos indígenas,  foi  resultado de um projeto desenvolvido pelo Planetário do Pará da Universidade do Estado do Pará, entre o povo Tembé-Tenetehara da aldeia Tekohaw, na Terra Indígena Alto Rio Guamá, em 1998. A pesquisa foi coordenada pelo pesquisador Germano Bruno e aconteceu em 1998.

Clique aqui para baixar o livro.

“O Céu dos Índios Tembé” foi vencedor do prêmio Jabuti 2000, como melhor livro didático. Ele aborda de forma poética, potente ( e por que não revolucionária? sobretudo no final dos anos de 1990) a produção de saberes que não está vinculada ao eurocentrismo: a etnoastronomia, uma maneira de estudar astronomia respeitando as diferenças culturais das sociedades humanas.

Para saber mais sobre o Prêmio Jabuti, clique na imagem.

Estrelas Tembé-Tenetehara no Céu Sul

Nas representações ocidentais, no hemisfério sul, uma das constelações mais conhecidas e mais visíveis é o Cruzeiro do Sul. Também se localiza no Céu Sul, a constelação de Escorpião,
composta por um conjunto de estrelas que forma uma grande sinuosidade no céu, semelhante a um ponto de interrogação.
Esta região do céu é identificada por vários povos indígenas. Para os Tembé, O Cruzerio do Sul, denominado de Wira-Kamy e Escorpião formam a grande constelação da Ema- Wiranu. 

Cosmologia Tembé-Tenetehara

O conceito de Cosmologia está bastante envolvido com os estudos da Física e da Antropologia. A palavra é de origem grega: cosmo significa universo e logia estudo e literalmente significa o estudo do universo. Não se trata, portanto, de uma definição baseada nas filosofias dos povos originários da América ou da África.

Sua primeira definição está associada à tradição europeia e vai contribuir para a construção de um sistema de verdades baseado na superioridade europeia e na inferioridade dos povos colonizados. Dentro dessa lógica da colonização, existiriam apenas dois universos, aquele estabelecido pela Bíblia, a princípio, e um segundo descrito pelos cientistas europeus.

Embora entrem em conflito com certa frequência, essas referências de universo espraiadas pela colonização europeia se institucionalizaram como dois lados da moeda de uma mesma verdade: a religião e a ciência ocidentais. Um universo que se organiza a partir de uma única temporalidade, antes e depois de Cristo e só reconhece como legítimas as suas formas de compreender a vida.

Na verdade, esses dois universos estabelecidos pelos europeus remetem a sua cosmovisão, à forma especícica como eles e seus descendentes se compreendem no universo, baseada em seus conhecimentos, suas crenças, seus desejos. 

Os povos da América e de outros continentes sempre tiveram compreensões singulares do que significa o universo. Não se pode afirmar, como fizeram os europeus, que existe apenas uma verdade sobre as formas de vidas e as formas de se compreender a vida nesse planeta. Existem diferentes universos culturais e diferentes cosmologias.

Quando olhamos para o céu e identificamos as constelações Tembé, fazemos um exercício de pluralidade cultural. Trata-se de um universo singular, com suas próprias normas de conduta, suas preferências, suas interdições, seus desejos, a cosmovisão Tembé. Para compreender essas especificidades, é necessário conhecer como os próprios Tembé estabelecem sua cosmovisão, para não corrermos o risco de impor o nosso olhar ocidental e apagar os saberes desse povo.  

Cosmologia é o estudo das difentes cosmovisões. A princípio, foi o estudo da cosmovisão europeia, mas hoje representa também o estudo das cosmosivões indígenas, africanas, asiáticas, enfim, a forma de conceber e compreender o universo a partir do ponto de vista de um povo.   

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