A pesquisadora do Grupo de Estudo Mediações, Discursos e Sociedades Amazônicas (GEDAI/UFPA), Flávia Marinho Lisbôa, alcança o feito de chegar à terceira edição de seu livro “Racismo Linguístico e os indígenas Gavião na universidade”. Professora da Faculdade de Educação do Campo (FECAMPO) e do PPGL/UFPA, a autora mergulha na análise do glotocídio vinculado à colonização e de como tais relações de poder entre língua e racismo perdura desigualdades.
A obra é desdobramento da tese de doutorado da autora, que, antes de se tornar um livro, foi reconhecida como a melhor tese do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL/UFPA) e do Instituto de Letras e Comunicação (ILC/UFPA), sendo, por isso, indicada ao Prêmio Capes de Tese. Sua publicação pela Editora da Universidade Federal da Bahia também ocorreu por meio de edital, sendo selecionada entre outras propostas submetidas.
Nessa edição, o diferencial são os acréscimos do Prefácio do professor Gersen Baniwa, do Posfácio dos professores José Bessa Freire e Ivânia Neves, e o mapa da Terra Indígena Mãe Maria, elaborado pela professora Regiane Paracampos. Além disso, o livro obteve uma inserção no meio acadêmico, tornando-se uma referência em trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses, e sendo incluso como leitura obrigatória em editais de seleção de programas de pós-graduação.
A autora relata que: “Publicar um livro (e chegar à terceira edição) centralizado em pessoas indígenas e negras numa sociedade racista como somos é um ato político, pois significa fraturar a ‘cidade’ e mercado das letras, depois de séculos de negação para nós da escrita e acesso ao ensino superior”. Ela ainda expressa gratidão aos antepassados que resistiram, sonhando com momentos como este e aos Gavião pelo apoio e relação de confiança estabelecidas.
Texto: Kawane Ricarto (bolsista do Laboratório de Contas Regionais da Amazônia –Lacam/Unifesspa)
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